quinta-feira, 22 de abril de 2010

Noite


É noite medonha e escura,
Muda como o passamento,
Uma só no firmamento
Trêmula estrela fulgura.

Fala aos ecos da espessura
A chorosa harpa do vento,
E num canto sonolento
Entre as árvores murmura.

Noite que assombra a memória,
Noite que os medos convida,
Erma, triste, merencória.

No entanto ... Minh' alma olvida
Dor que se transforma em glória,
Morte que se rompe em vida.

Machado de Assis

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