Do útero para uma caixa de papelão nas ruas de Ribeirão Pires/SP. De lá para a casa de Cida e, finalmente, para os braços de Danielle.
Ele não é patrocinado por um fabricante de material esportivo, não faz comerciais de cerveja e não atrai paparazzi, mas sem dúvida é um fenômeno. Capaz até de superar o humor negro que originou o próprio nome. "Quem o encontrou disse que ele estava agonizando, repetia muito isso. Resolvemos colocar o nome nele de Agô" conta Aline Cristina, técnica veterinária e funcionária do Clube dos Vira-Latas, organização não-governamental (ONG) que abrigou o cachorro. Desde a salvação, Agô demonstrava ter nascido com o rabo longilíneo em direção à lua. Coube à protetora de animais "Claudia São Bernardo", conhecida pela sorte de sempre encontrar cães da raça São Bernardo abandonados, topar com SRD (sem raça definida) caramelo, acompanhado de duas irmãzinhas, uma delas sem vida.
Logo que chegaram ao clube, com aproximadamente vinte dias de vida, os dois remanescentes de Agô foram diagnosticados com cinomose, virose que ataca principalmente o sistema nervoso e costuma ser fatal. A maior parte dos animais sobreviventes sofre com sequelas como paralisia nas patas. Após dois dias, apenas ele resistiu, tratado à base de mamadeira e papinha. A única lembrança da enfermidade é uma leve fisgada na pata dianteira, espécie de tique nervoso, quase imperceptível.
(Revista Carta Capital de 16.09.09 pg 12)
"Certo mesmo é que a vida dos bichos seria mais dificil se não fossem as entidades e, principalmente, a ação dos defensores independentes...um inestimável exército de gente que fica no anonimato..."
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